quinta-feira, 20 de março de 2014

Dulce María em entrevista para a revista Conta Mais

Eram dez e meia da manhã quando Dulce María me recebeu com cara de sono e bobes nos cabelos:“Estou parecendo a Dona Florinda”, brincou. Em passagem pelo Brasil para divulgaro álbum Sin Fronteras – o segundo de sua carreira solo – a mexicana se preparava para um sessão de fotos quando bateu um papo com a Conta Mais.

Além da carreira artística, María (como é chamada pela equipe) se dedica a uma fundação que apoia vítimas de desastres naturais e crianças com câncer. E a meiguice da ex-RBD é tanta que, preocupada com os fãs que a esperavam na porta do hotel, ela pediu que fossem distribuídos sorvetes e pastéis aos seguidores. Dulce é mesmo um doce! Confira nossa entrevista exclusiva com ela:

Você tem muitos fãs no Brasil e é a única mexicana que conseguiu um disco de ouro no país (com o álbum Extranjera). Como recebe todo esse carinho do público brasileiro?

Estou muito agradecida por todo esse amor, por todo o apoio e pelos fãs brasileiros acreditarem na minha música (interrompo a entrevista e revelo ser uma delas). Eu adoro vocês! São muito apaixonados e sempre me dão muita emoção, venho pra cá sempre animada. Há muita paixão aqui. Já perdi as contas de quantas vezes vim ao Brasil. E de todas as vezes, não havia provado açaí ainda. Agora sou uma fanática! Queria levar um pouquinho para o México, mas acho que vai derreter (risos).

Quem são os artistas brasileiros que você admira? Certa vez você falou sobre o desejo de cantar com Michel Teló. Já rolou esse encontro?

Ainda não, mas eu já trabalhei com o seu produtor, o Dudu Borges  Tenho duas músicas produzidas por ele nesse novo disco. Talvez algum dia aconteça essa parceria. Além do Michel, gosto muito da música da Paula Fernandes, Ivete Sangalo e Marisa Monte. Em Sin Fronteras, canto com a Manu Gavassi.

O título do álbum foi escolhido por meio das redes sociais, é verdade? Você mantém um contato bem ativo com os fãs através da internet. Quais os pontos positivos e negativos dessa relação virtual?

Sim, pedi que me enviassem propostas para o nome e então escolhemos esse título, Sin Fronteras. Acho que na maior parte do tempo, o contato é positivo, mas estar exposta na internet te deixa muito vulnerável. As pessoas podem escrever coisas feias sobre você.

Já teve algum episódio que te deixou chateada?

Sim, sempre. ‘Te fazem’ mal no Twitter, escrevem algo ruim sobre você. Ao ser uma imagem pública, você está exposto às duas coisas. Mas a maioria é positiva mesmo.

Aos 28 anos, você mantém um público bastante jovem. Acha que isso é um reflexo da sua participação em Rebelde?

Acredito que sim. Mas os que me seguiam no RBD já cresceram e muitos ainda continuam fãs. São muitas crianças…Não sei por que, mas elas gostam de mim. Acredito que sejam irmãs ou filhas dos meus fãs de Rebelde.

Você ainda mantém os cabelos vermelhos, que eram a marca registrada da Roberta. Foi difícil se desvincular desse personagem?

Me sinto orgulhosa de ter feito parte do RBD. Foi um personagem muito forte e muito querido no México e em muitos países. É compreensível que muita gente ainda me veja assim, mas estou trabalhando para que conheçam também minha música, pouco a pouco. É com paciência… Mas não desgosto. Estou na música e pretendo seguir minha carreira solo.

Quais as melhores lembranças que você tem da época do RBD? Como é sua relação com os ex-companheiros de elenco?

Os shows, sem dúvida! Eles eram incríveis. Lembro com muito carinho das apresentações que fizemos no Maracanã e em São Paulo. Toda a nossa passagem pelo Brasil foi maravilhosa. Ainda sou amiga dos meus companheiros de Rebelde, mas quase não nos vemos. Cada um tem sua carreira solo, mas estamos em contato.

Além de cantora e atriz, você ainda escreve e revelou que gosta de desenhar. Qual dessas atividades é a sua favorita?

O que eu mais gosto mesmo é de poder me expressar através do que sinto e das letras de minhas músicas. Por isso canto e componho. Não que eu seja escritora e essas coisas… mas gosto muito de me expressar, sabe? É por isso que publiquei meu livro. Quero deixar uma mensagem, compartilhar minhas experiências e pensamentos com as pessoas.

Foi em 2008 que você publicou o livro de poemas Dulce Amargo. Existem planos para escrever outros?

Pretendo fazer uma reedição do Dulce Amargo. Esse mesmo livro, com material extra. Eu escrevo desde os 11 anos, conto minhas experiências, divido algumas ideias… É como um diário.

Esse novo CD tem muitas faixas autorais? Em Extranjera você fala sobre sentimentos de uma forma melancólica. No geral, o que dizem as músicas de Sin Fronteras?

Sim, a metade do disco é de músicas minhas. É um CD mais divertido, com mais força… bem mais maduro.

E de onde surge inspiração para tantas canções românticas? O coração está preenchido?

Não gosto muito de falar sobre a minha vida, mas sim, estou namorando.

Em Mujeres Asesinas, você gravou um beijo lésbico, censurado pela Televisa. Como foi essa experiência? Sofreu algum tipo de preconceito?

Foi um grande desafio para mim, porque sempre fiz novelas juvenis e cenas bem lights. Essas cenas foram fortes e uma experiência muito boa. Acho que censuraram no México porque o país continua sendo muito conservador. Mas na televisão fechada eles passaram.

Você também é conhecida por ser muito solidária. Inclusive, pediu que distribuíssem sorvete e pastel para os fãs que te esperavam aqui em São Paulo…

Sim, porque eles estavam me esperando há horas, coitadinhos… E eu não podia dar atenção a todos eles, estava trabalhando muito. Então quis mandar, pelo menos, um pequeno agrado…

Além disso, você tem um projeto assistencialista, o Dulce Amenecer. Do que se trata?

É uma fundação que trabalha com os meus fãs. Às vezes rifamos algo, como peças dos shows e vestuários. E aí doamos o dinheiro arrecadado. Recentemente doamos para as crianças com câncer. Também compramos uma cadeira de rodas para um moleque (ops!… como fala mesmo? – pergunta ao assessor)… E vamos comprar remédios para ele com o dinheiro que juntamos.

A sede fica no México?

Não é uma fundação em si. Nós juntamos dinheiro e doamos para diferentes causas, entende? As pessoas que ajudamos surgem de diferentes lugares. Ajudamos uma fundação de meninos com câncer… Quando teve o terremoto no Haiti e as enchentes em Veracruz, no México, nós também ajudamos. Então, são causas muito singulares. Inclusive convido a todos que conheçam. A fundação é pequena, mas é linda!


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