terça-feira, 29 de abril de 2014

Capítulo 37-História ''Vondy Meio-Irmãos''



— Dul, então... Você vai ser mamãe. — ela me olhou com um olhar, em forma de lamento.

— Eu não posso ter esse filho! Não posso! — disse já chorando.

— Mas vai ter que criar! Essa criança não pediu para nascer e precisa de vocês.

— Como Anahí? Como?! Eu tenho dezesseis anos, não tenho condições Annie! Eu não sei nem cuidar de mim mesma, vou cuidar de um filho?

— Mas Dul, você vai ter de assumir essa responsabilidade, não vai ser fácil, mas vamos estar aqui e com toda a certeza do mundo, Christopher também vai estar! — Maite disse, agachada em minha frente, se apoiando nas minhas pernas.

Eu chorava de soluçar, e agora? Eu me meti em um tremendo problema, agora como vou sair dele? Daqui a nove meses essa criança vai nascer e como vai ser? Senti um frio correr por minha espinha dorsal.

— Eu preciso de um tempo sozinha. — solucei. — Depois conversamos e tudo. Preciso pensar em tudo que ocorreu, pensar na vida... — eu disse ainda chorando.

— Ok, está certa. — Maite disse, empurrando Anahi para fora do quarto.

— Se cuida Dulce e não faça nada que depois irá se arrepender. — Anahi disse.

— Ok. — respondi com a voz falha.

Assim que elas sairam, tranquei a porta de casa e sai correndo pelas escadas. O que farei agora? O que direi aos meus pais? Como será minha vida? Tudo virou de cabeça para baixo. Sentei na escada com as pernas bambas, pensamentos rodando por toda minha cabeça. Quando me levantei estava tonta, completamente tonta.

Me apoiei no corrimão e só senti naturalmente, meu corpo ser lançado para trás. Senti um pequeno impacto e fechei meus olhos.

Acabei acordando assustada numa cama de hospital.

— Onde estou?

— Graças a Deus! — ouvi uma voz rouca, nervosa. Era Christopher, ele passava a mão nos cabelos enquanto dizia.

— Christopher?

— Como você desmaia e não avisa?! — ele me perguntou nervoso.

— Ué, como iria lhe avisar?

— É...Mas sorte que eu lhe encontrei lá!

— Cadê minha mãe?

— Ninguém conseguiu localiza-lá.

— Você já sabe? — disse com a cabeça baixa e com a voz baixa.

— Saber, o que?

Suspirei aliviada.

— Nada, besteira.

— Agora diga!

— Já disse que não é nada Christopher!.. Não é nada!

— Ok. Quer um café?

— Sim, por favor.


Logo ele voltou com uma xícara de café em mãos. Eu estava muito nervosa, em um hospital, chego desmaiada, eles pelo menos fazem uns exames e tudo mais e com certeza iria ter a resposta. Eu grávida! Tinha um turbilhão de coisas para pensar, resolver... Me despertei dos meus pensamentos com Christopher me chamando. Ele estava nervoso e aquele nervosismo ia para mim a todo instante.

— Seu café.

— Obrigada. — peguei de sua mão e entrelacei meus dedos na xícara.

— Não vai beber?

— Óbvio que vou. — Levei a xícara a boca, sentindo aquele gosto amargo invadir minha boca. — E então, o que foi resolvido aqui?

— Como assim?

— O que eu vim fazer aqui?

— Você estava desmaiada, eles me perguntaram uma série de coisas, eu obviamente respondi e eles fizeram os exames adequados em você. Acho que daqui a pouquinho saí o resultado e vamos ver o que você tem.

Aí Deus e agora?! O resultado iria sair e Christopher descobrir; qual seria sua reação?; Nem eu mesma sei, o que faria ou diria. Bebi mais alguns goles de café e comecei a pensar em outras coisas, afastando qualquer preocupação, ou coisas do tipo. Depois de alguns minutos chegou uma enfermeira no quarto.

— E então enfermeira, como ela está?

— Está tudo bem! Com ela e com o bebê. — Suspirei pesado, agora seria obrigada a contar a Christopher.

—  Que bebê? — ele perguntou curioso.

— A moça está grávida, não sabia?! Meus parabéns, você vai ser titio. — tapei meu rosto com as mãos. — Esses sintomas são normais, nada muito grave. Mas a senhorita tem que se alimentar bem, não ficar em jejum por muito tempo, como ficou por hoje.

— Ah sim, só isso?!

— Só. — ela se retirou batendo a porta.

— Que história é essa de bebê? Você está grávida? — ele me indagou sorrindo. Deduzi que estava sorrindo de nervosismo.

— Christopher.... eu não sei como começar a te explicar! Na nossa primeira vez, eu acabei engravidando, eu fiz um teste de farmácia hoje, um não, oito e todos deram positivo! Eu não tinha como lhe contar, mas agora está sabendo, né?!

Ele ficou em silêncio, o que me preocupou e logo depois as lágrimas invadiram seu rosto.

— Dulce... Você me faz  o homem mais feliz a todo momento! Agora vai me dar um filho. Um filho, o que eu sempre quis. Obrigada. — ele me abraçou emocionado. Eu correspondi ao abraço chorando também.

— Você também me faz a mais feliz, só por respirar! Mas e agora as dificuldades? Como vai ser nossa vida?!

— Vamos ter que achar o momento certo para contarmos ao pessoal, o momento certo! Porém vamos enfrentar todas as barreiras e dificuldades.

— Obrigada por estar ao meu lado. — Solucei e demos um selinho demorado.

Ele pegou o resultado do exame de sangue e deu uma olhada.

— O feto ainda não está nem se formando, está bem pequeno. Minúsculo, mas mesmo assim saiu no teste.

Ele pausou. — Como deve ser nosso filho, Dul?

— Não faço a mínima ideia.

— Se for uma menininha...temos que pensar no nome!

— Hum... Deixa eu pensar... — pensei em diversos nomes e disse o que eu mais gosto. — Sofia se for menina e se for menino Bernardo.

— Ah, está ótimo. Mas eu estou sentindo que vai ser uma menina!

— Nossa, mas não são as mães que sentem essas coisas?

— Ué, os pais também!  — Gargalhei.

— Quando vou voltar para casa?

— Acho que já podemos ir. Vou pegar suas coisas.

— Ok.

Tinha tudo corrido bem, resolvi apenas pensar no presente e não no futuro, ninguém sabe o dia de amanhã e ficar criando expectativas não rola! Enquanto Christopher estava fora, acariciei minha barriga involuntariamente. Agora tinha um ser ali. Positivamente ou negativamente.

Eu estava carregando uma pessoa dentro de mim, é algo estranho mas ou mesmo tempo mágico! Nunca pensei que sentiria essa sensação em minha vida. Uma voz fina vinha em minha cabeça, uma voz emitindo a palavra "Mãe". Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu com certeza irei criar essa criança, com todas as dificuldades! Ela precisa de mim e irei proteger meu filho, até o fim!

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