A semana passou devagar. Os dias eram longos e solitários para o casal, que deixava transparecer o quanto tristes estavam. A pedido da mãe Dulce voltou a ir à academia, para tentar se animar. Digamos que isso tenha ajudado um pouco, mas ela não conseguia esquecer o marido e nem deixar de se culpar pelo que estava acontecendo.
Christopher não culpava Dulce. Como lhe havia dito, a perdoara, mas não conseguia tê-la de volta. Tinha medo estava inseguro. Mas mesmo separados, continuavam se amando e a saudade fazia com que esse sentimento aumentasse.
Dulce dormia, agarrada ao travesseiro do marido, quando a filha entrou no quarto, acompanhada pela avó, que carregava uma bandeja de café da manhã. A menina subiu na cama, com cuidado, e depositou milhares de beijos no rosto da mãe, fazendo-a despertar calmamente.
[Ana Laura] Chiquitibum a la bim bum ba, Chiquitibum a la bim bum ba, Alabim, alabão, alabim bum bu, Dulce Dulce... Rá Rá Rá. (Dulce sorria). Parabéns mamãe. (deu um beijo na mãe a abraçou forte).
[Dulce] Obrigada meu anjinho. (beijou a cabecinha da pequena).
[Blanca] Parabéns minha filha. (depositou a bandeja ao lado dela e após Dulce sentar na cama a abraçou).
[Dulce] Obrigada mamãe. (recebeu um beijo na testa).
[Blanca] Vinte e seis aninhos então hein filha?
[Dulce] É to ficando velha.
Ana Laura riu e Dulce lhe sorriu.
[Dulce] Essa bandeja é pra mim? (perguntou a filha que com ajuda da avó aproximou mais a bandeja de Dulce).
[Ana Laura] É. E eu e o papai compramos um presente pra você. (disse mostrando uma caixa preta de veludo).
Dulce prendeu os olhos nela. Ela não queria um presente de Christopher, ela queria ele ali, ao seu lado para beijar-lhe os lábios e dar-lhe café na cama, como sempre fizera em todos os seus aniversários nestes quatro anos de casados.
[Dulce] Obrigada meu anjo. (disse pegando a caixinha).
Ao abri-la Dulce viu um belo colar de pérolas.
[Dulce] É lindo! Obrigado meu amor. (beijou a filha e a abraçou).
[Ana Laura] Te amo mamãe.
[Dulce] Oh eu também te amo meu anjo. (a abraçou novamente deixando uma lágrima escorrer por seu rosto).
Como queria que Christopher estivesse ali com elas. Ana Laura era um pouco dele, o que fazia Dulce se emocionar sempre que a pequena lhe dizia estas três palavrinhas.
[Dulce] Vamos comer? (perguntou secando o rosto disfarçadamente).
[Ana Laura] Eu já comi mamãe.
Dulce olhou para Blanca esperando uma confirmação.
[Blanca] Tomou apenas o mamá.
[Dulce] Ah então a senhorita vai comer uma fruta comigo. (puxou a filha, fazendo-a encostar-se em seu corpo).
[Ana Laura] Ta bom. (disse contrariada e comeu um pedaço de manga).
Blanca sentou na beira da cama, observado as duas comerem. Ana Laura se parecia cada dia mais com Dulce quando era pequena, mas tinha o jeito brincalhão do pai. Era um bela mistura.
Após comerem, Guadalupe entrou no quarto e felicitou Dulce com um abraço apertado, antes de sair, levando a bandeja à cozinha.
[Blanca] O que houve? (perguntou ao ver a filha abatida).
[Dulce] Eu o queria aqui mamãe. (respondeu enquanto a filha terminava de tomar uma fatia de melancia).
[Blanca] Eu sei meu anjo. (acariciou-lhe a face).
Era terça-feira e Dulce não fora trabalhar por causa do seu aniversário. Queria passar um belo dia com a filha, mas não conseguia parar de pensar em Christopher.
Já era 12:00 e Christopher não havia ligado para lhe desejar “Parabéns!”.
Pensamento da Dulce: De certo se esqueceu. (pensou entristecida).
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