segunda-feira, 28 de abril de 2014

Capítulo 36-História '' Vondy Meio-Irmãos''



— Christopher.

— Oi.

— Tem rémedio para dor de cabeça?

— Sim, mas pra que?

— Minha cabeça está doendo muito.

— Então, espera aqui.

Assenti e logo depois ele voltou com um comprimido. Tomei no mesmo momento, sem água mesmo, aquela dor de cabeça estava me matando.

— Obrigada.

— Nada.

— Acho que eu já vou pra casa?

— Já?

— Sim, eu estou passando muito mal, vai que piora?

— Vai correr pra mamãe né?

— Está com ciúmes da minha mãe?! — eu disse gargalhando e nos beijamos.

Aquele beijo que só ele sabe dar. Aquele viciante beijo. Quando o ar nos faltava nos separamos e eu fui tomar um banho. Depois do banho peguei minhas coisas e fui embora, estava muito cansada, com náusea, precisava descansar. Fui andando mesmo. Eu devo ter comido algo estragado.

Ao chegar em casa, abriu a porta e viu que não tinha ninguém.

— Nossa! Isso já é normal, agora, não ter nem um fantasma sequer nessa casa. — subi para o meu quarto e deitei. Fiquei ouvindo algumas músicas com meus fones, mas depois dormi, esperando que a dor passasse.


Acordei assustada, já correndo em direção ao banheiro. O vômito vinha em minha garganta. Chegando no banheiro, como não tinha comido nada desde a noite passada, acabei vomitando uma secreção branca. Meus olhos chegavam a lacrimejar. Abri a torneira e joguei uma água no rosto. Passei as costas de minha mão na boca.

Peguei o telefone e disquei para Anahi. Foi a primeira coisa que veio em minha cabeça.

— Oi.

— Annie?

— Oi Dul.

— Dá uma passadinha aqui em casa? Traz a May também, preciso conversar com vocês.

— Ok, estamos indo.

Naquele pouco tempo que ela demorou, eu já estava desesperada, suando frio. Não tinha explicação para eu passar tão mal assim e a primeira coisa que vinha na minha cabeça era gravidez. Eu não posso estar grávida, não posso! Isso não! Logo as meninas chegaram, elas já foram abrindo a porta e apareceram no meu quarto.

— Oi Dul! — disse Anahi sorridente, sentando em um puff que tinha por lá.

— Oi Dulcinha! — adentrava Maite com uma camisa de rock, com uma maquiagem preta, não muito exagerada e com um batom preto, meio roxo. — Nossa, o que houve? Que cara é essa?

— O que é isso Maite?! — eu perguntei perplexa.

— Dulce, depois eu explico, mas agora me fala, porque nos chamou com tanta urgência e porque essa cara.

— Eu estou muito nervosa meninas.

— Por quê?

Expliquei tudo, elas estavam boquiabertas.

— Dulce...precisamos tirar essa dúvida. Não é qualquer coisa é uma criança, que não pediu para nascer e não tem culpa. — disse Maite tentando me passar segurança. Sua voz estava firme.

— Amiga, você sabe que vamos estar aqui para qualquer coisa, não é? — Anahi me perguntou e eu assenti. — Então, eu não quero te preocupar, mas... Esses sintomas são de gravidez. Eu não quero me precipitar, mas...

— Mas e agora meninas? Como eu irei fazer? Tenho dezesseis anos! Ele é meu meio irmão!

— Dulce, todos nós sabíamos que tinham vários riscos, desde o começo! Desde que começaram se envolver! Vão ter que encarar! — disse Anahi firme.

— Eu tenho medo, receio, mas óbvio, não irei fazer nada que eu tenho certeza que depois irei me arrepender. Sei que terei o apoio de todos.

— É isso mesmo! O que acha de comprarmos um teste de fármacia? — disse Maite.

Dulce sentiu seu corpo arrepiar. — Ok, ok. Vocês vão fazer isso por mim?

— Sim!

As meninas saíram e eu fiquei pensando em meu quarto. Como faria? Com certeza criarei essa criança, mas como? Minha idade, meus sonhos, meu futuro... Passei a mão no ventre e acariciei, será que tem uma vida ali? Um bebê?

— Mas e agora meu Deus? — disse tapando o meu rosto, com as mãos. — E agora? — As lágrimas já desciam involuntariamente. Logo as duas meninas chegaram.

— Dul, compramos oito!

— Mas nossa!

— É para ter o resultado de verdade. Atrás do pacotinho, está como deve usar e tudo, você faz os oito e depois esperamos cinco minutos. Segundo o farmacêutico esse teste não falha e trouxemos oito!

— Ok, esperem aí.

Fui ao banheiro e fiz o que se pedia. Fiz nos oito de uma vez. Esperamos cinco minutos, cinco minutos que pareceram mais, cinco milênios. Os testes fizeram um barulhinho, um barulho de sino. Maite se levantou e foi ver o resultado.

— E aí, May? Estou grávida? — Disse já com os olhos ardendo.

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