Do nada ela e Xavier entraram em um assunto. Ficaram discutindo sobre ele por um tempo, rindo e brincando. Foi quando ele evolveu o rosto da mesma entre suas mãos — ela achou broxante e estranho —, ele foi se aproximando cada vez mais de Dulce, enquanto a mesma permanecia imóvel. Ele a beijou. Foi um beijo estranho, ela não se mexia. A língua do mesmo pediu passagem mas ela não concedeu. Dulce se deu conta e o empurrou.
— Você é louco! Eu não quero nada com você Xavier! Me esquece! — Dulce abandonou o cine e foi embora. Embora em meio de lágrimas novamente. Acabou abarrando em alguém.
— Olha pra onde anda.... Dulce? — Era Belinda, a ruiva estava tão nervosa que deu o dedo médio e foi embora.
Dulce foi transtornada para a saída do shopping. Ela estava praticamente sem destino. Andava, andava, andava e andava mais. Resolveu ir para a casa de Anahí. Foi direto para lá. Deu quatro batidas insistentes na porta e logo a amiga abriu.
— O que foi Dul?
— Annie, me ajuda! — Elas se abraçaram.
— O que houve? Me diz!
— O Xavier me convidou para ir ao cinema. Eu aceitei, foi tudo normal, mas aí ele tentou me beijar e beijou!
— Aí meu Deus e você correspondeu?
— Não! Mas eu estou nervosa! Vim do shopping até aqui, a pé!
— Meu Deus! Você quer um chá para se acalmar?
— Aceito Annie.
Anahí preparou um chá de camomila e logo voltou, entregando para Dulce.
— Obrigada. — Anahí assentiu. — Esbarrei com Belinda!
— Aonde?
— Nos corredores do shopping.
— Brigaram?
— Não. Eu apenas fiz um gesto mal, para ela.
— Imagino. — Ela riu. — Mas se acalma ruivinha, vai ficar tudo bem, ok?
— Ok. Mas eu estou com uma dúvida tremenda.
— Qual?
— Conto pra Christopher ou não?
— Dulce a base do relacionamento é a confiança! Você tem que confiar nele e se abrir!
— Mas e se ele me julgar?
— Ele não vai, só fala com jeitinho. Você não teve culpa.
— Obrigada por tudo amiga.
— Nada! E esse Xavier vai se ver comigo, primeiro faz a gente brigar, agora isso?
— Não Anahí, esquece isso! Eu não quero que ninguém saiba.
— Ok.
Dulce acabou dormindo por lá mesmo. Se sentia mal e sentia que estava traindo Christopher, porém ela não tinha culpa de absolutamente nada. No dia seguinte foi para a casa e resolveu que iria conversar com o mesmo.
— Christopher, precisamos conversar.
— Fala Dul, percebi que você anda distante, destraída, o que está acontecendo?
— Eu não sei nem como começar lhe explicar.. Xavier me chamou pra ir ao cinema, eu aceitei, lá ele me beijou.
— O quê? E você escondeu de mim?
— Eu estou falando agora, amor. Confia em mim não teve mais nada depois disso, eu vim embora.
— Como confiar em você agora Dulce?
— Você não diz que me ama? Que não vive sem mim?! Então confia. — Ela disse já com lágrimas nos olhos.
— Eu preciso de um tempo.
— Não Chris, não me deixa.
— Eu preciso de um tempo, preciso pensar e depois resolvemos isso.
Ele saiu batendo a porta, enquanto Dulce ficou em casa chorando. Tinha vontade de morrer, vontade de abandonar tudo. Foi quando o telefone tocou.
— Alô. — Ela disse limpando as lágrimas.
— Dulce, minha filha!
— Mãe, se ligou para me ofender ou me xingar é melhor desligar, hoje eu não estou bem.
— Minha filha, eu fui muito injusta com você. O amor nasce assim, sem padrões, repentinamente e vocês se amam de mais. Me perdoa por cada palavra, meu amor. Eu te amo muito e estou totalmente arrependida.
— Eu te perdoo mãe. Mas depois conversamos, eu só preciso de um tempo comigo mesma.
— O que houve Dulce?
— Nada mãe, beijo, também te amo. — A ruiva desligou.
Se sentou no chão e se afogou em sua tristeza.
— O problema é que eu amo muito você! Mas esse amor, só acaba com a gente!
Ela se afogava em seu choro, pensamentos suicidas vinham em sua cabeça. O amor já não estava mais em seu coração, só tinha raiva, tristeza, decepções. Não era a primeira vez que ela se magooava, já havia perdido as contas. Pelo menos uma notícia boa. Talvez devia ficar mesmo era com Xavier, que a amava e com certeza daria valor a ela. Mas foi ele o causador de toda a tragédia.
Veio em sua cabeça todos os bons momentos com Christopher, o primeiro beijo, o primeiro olhar, os sorrisos, até a última vez que se amaram. Ele com toda certeza era o amor de sua vida, ela querendo ou não e isso a machucava. Bom, não a machucava dessa tal maneira, mas doía o fato dele não ter confiado nela.
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