Dulce tomou um banho rápido e se vestiu no banheiro mesmo. Se maquiou e encontrou Christopher dormindo, riu e foi ao encontro do pessoal. Porém não havia ninguém, apenas um bilhete.
“Dul, fomos ao mercado. Já já voltamos.”. - Era o que continha no bilhete.
— Safados, nem me esperaram! — Ela proferiu, se sentando na poltrona que tinha ali e ligando a televisão. Depois de mudar muito de canal, ficou assistindo Friends. Seu celular vibrou e ela preferiu atender.
— Alô.
— Oi minha filha.
— Oi mãe.
— Chegou bem?
— Cheguei.
— Aí é muito lindo não é?
— É. Sempre foi meu sonho conhecer as pirâmides, só demos uma olhadinha por lá e foi lindo.
— Pirâmides?
— Mãe, se esqueceu que eu vim visitar Teotihuacan?
— Ah é mesmo, esqueci. Tenho uma notícia.
— Qual?
— Nossos vizinhos também foram para aí.
— Vizinhos? Xavier? Está de brincadeira com a minha cara?
— É verdade meu amor.
— Ele está me perseguindo mamãe, ai como eu o odeio! — Dulce pausou. — Mãe irei desligar, depois retorno a ligar, beijos, te amo.
— Te amo também. — A ruiva desligou o telefone e passou as mãos pelo cabelo. Já esperava o pior. Sabia muito bem do que Xavier era capaz, uma vez, quando Dulce tinha seis anos, ele se trancou com ela dentro da casa na árvore. Óbvio depois de choros e gritos ele abriu a porta e libertou a mesma.
Será que faria algo de mal com ela? Tinha algum pressentimento ruim e iria fazer tudo para afasta-lo. Quis ir para a praia espairecer, quando colocou a mão na maçaneta da porta.
— Não vai me esperar.
— Ué, não estava dormindo? Mas, vamos.
Eles foram para a praia e Dulce se agarrou no mesmo e começou a chorar.
— Por que você está chorando Dul?
— Me promete que nada de mal irá acontecer?
— Prometo mais por que diz isso?
— Nada, por favor, só me abraça.
Ele fez o que a mesma pediu, ainda sem entender nada. Dulce se sentia uma idiota, uma viagem era algo para ela se divertir, teve uma tarde ótima e estava chorando, apenas por uma notícia indesejável. Depois de muito choro, se acalmou e ficou observando a praia com Christopher.
— Por que ficou assim Dul?
— Xavier, veio passar as férias com sua família aqui.
— É, não é uma coisa boa, porém não tinha razão para ficar assim.
— Tem algo que eu nunca contei a ninguém, você é a primeira pessoa. Quando eu tinha seis anos, ele nos trancou na casa na árvore só porque eu não queria ser mais "amiguinha" dele. Ele dizia que iria casar comigo, que eu era o amor dele. Sendo que ele tinha a mesma idade que eu. No dia eu chorei e gritei demais. Ele me arranhou com um pedaço de vidro que tinha por lá e fez eu jurar amor a ele.
— O que? O que esse ser tem na cabeça? Eu não vou deixar, ele encostar em um fio de cabelo seu Dulce.
— Por isso que eu tenho essa cicatriz no pulso.
— Como eu odeio ele, ainda diz que te ama. Não fica assim, ok? Eu estou aqui, vou te proteger.
— Eu sei. Você sempre esteve!
— E sempre vou estar.
Dulce sorriu em meio das lágrimas.
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