É, aquele inferno dentro daquela cela e a obrigação de olhar para a cara daquele psicopata todos os dias havia acabado porém faltava uma parte dela, que não queria nem saber da mesma. Talvez Deus tenha um próposito em sua vida, mas talvez seja como na cabeça de Dulce, ela só precisa enfiar uma estaca no coração que tudo irá melhorar. Estava quebrada, machucada e não conseguia se consertar. Os dias e os meses passavam. Tempo de voltar para casa. Ela já tinha 17 anos e dia 6 de novembro não teve nenhum sentido para ela. Sua rotina era ficar quieta, sozinha, apenas imaginando um futuro feliz, ela também era um ser humano como todos os outros, merecia um futuro feliz.
Dia 3 de janeiro havia chegado. Dulce já havia arrumado suas roupas e suas coisas, estava confusa. Era o dia do julgamento de Christopher, iriam todos comparecer a corte. Eles haviam arranjado um advogado para o mesmo. A ruiva suava frio e já estava se preparando para qualquer coisa. Os cinco entraram no carro e seguiram para o julgamento. Lá Dulce se sentou com os amigos na fileira da frente, esperando por uma boa notícia.
— Estamos aqui para o julgamento de Christopher Von Uckermann.
Dulce abandonou o local em lágrimas, Christopher foi condenado e irá pegar um ano de prisão. Alguns dias se passaram e a mesma já havia arrumado tudo. O real problema era como contar a sua mãe e ao seu padrasto sobre isso? “Mamãe Christopher foi preso, pegou um ano de prisão e Xavier me sequestrou!”
Não, não seria assim que contaria e sem contar que o verdadeiro criminoso estava nas ruas. Fez duas malas, como se Christopher ainda estivesse ali, porém ele não estava e o pior era que até para visitar ele era complicado. Eram quilômetros e mais quilômetros. Lágrimas rolavam pelo seu rosto, só de lembrar que ela iria embora sem ele.
— Dul. — Christian a chamou dando duas batidas na porta.
— Oi. — Ela disse limpando as lágrimas.
— Não chora mais meu amor.
— Chorar? Quem está chorando? — Dulce tentou sorrir e parecer feliz mais uma lágrima caiu de seu olho.
Eles se abraçaram e mais lágrimas escaparam do olho da ruiva, ela limpava mais parecia inevitável.
— Não fica assim, eu sei que é complicado, mas tudo vai passar.
— Assim eu espero.
— O pessoal só está te esperando.
— Ah sim, eu já estou pronta, me ajuda com essas bolsas?
— Ajudo sim.
Eles colocaram tudo no carro, Dulce respirou fundo e entrou lá, depois sendo seguida pelos outros quatro. Estava chovendo demais, chegava a trovoar, o caminho estava em um silêncio terrível.
— Liga o rádio Poncho? — Pediu Dulce.
Assim o mesmo fez e para a surpresa da mesma, a música que estava tocando era a que menos queria ouvir no momento.
“I have died every day waiting for you
Darling don`t be afraid
I have loved you for a thousand years
I`ll love you for a thousand more”.
Colocou a mão no rosto já tentando esconder as lágrimas e a tentativa funcionou. Resolveu focar no tempo lá fora, porém ele parecia se arrastar. Logo começou a tocar uma outra música e a angústia passou.
— Dul, o que vai fazer quando chegar? — Murmurou Maite para a mesma.
— Eu realmente não faço ideia, não consegui pensar em nada.
— Se quiser ir para algum lugar, pode ficar lá em casa.
— Obrigada pelo convite. — Ela sorriu.
— Então o aceite.
— Não Mai, acho melhor não.
— Dulce vai ser melhor. Você fica um tempo lá, pensa no que fazer, me escuta.
— Aí, ok, eu penso nisso, mas primeiro vou passar no apartamento de Christopher.
— Para?
— Para colocar pelo menos as coisas dele lá. Mesmo que ele tenha que esperar um ano para rever tudo novamente.
— Shi, não fica assim. — Christian a abraçou de lado.
Enfrentaram grandes engarrafamentos e Dulce acabou dormindo.
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