Ao chegar, eles já abriram caminho para mim, Christopher estava na UTI. Ele estava com uma aparência horrível, afinal, diante aquela situação. Sua cabeça estava enfaixada. Ele estava com um daqueles vestidinhos, enfim não sei o que é, de hospital. Era uma cena horrível. Respirei fundo e jurei para mim que não iria chorar. Como diz o ditado, quem jura mente. Acabei chorando por um momento. Rocei de leve meus dedos em seu rosto.
— Parece que eu só nasci para isso, para arranjar problemas, colocar pessoas que não tem nada a ver nos meus problemas, a prejudicando cada vez mais. — Solucei —.. talvez, quando você acordar não seja mais o mesmo Chris. Essa será minha chance de deixar você seguir sua vida. Mas você vai sempre ser meu melhor amigo, meu irmão, meu primeiro amor. Eu posso encontrar outros e você pode ficar com a Belinda, vai que eu estava errada e ela gosta de você de verdade. — Solucei mais uma vez — Você foi meu primeiro amor e vai sempre estar no meu coração. Talvez eu fique com esse amor guardado para sempre, vai ser melhor! Olhe o que eu causei! Destrui seus sonhos, você vai acordar, como uma criança que acabou de nascer, não sei nem se vai ser como aquelas cenas de novela, será que você vai saber falar? Enfim, eu destrui uma vida que seria brilhante, com certeza! Tudo que você conquistou, tudo o que passou, vai ter que ser feito outra vez. Enfim, eu sempre vou te amar meu amor, sempre. — Apoiei sua mão em meu coração e chorei. Dessa vez com mais intensidade, dessa vez desmoronando de verdade.
Fiquei por lá mais umas horas. Quando eram onze da noite resolvi ligar para minha mãe, era injustiça ela ficar sem notícias, depois de tantas horas. Ela nem imaginava aquilo, ou será que sim? Peguei o celular, respirei fundo e expirei. Disquei o número e logo me atenderam.
— Dulce? Graças á Deus! Vocês são loucos? Onde estão?
— Mãe, infelizmente, eu não tenho notícias, muito boas.
— Oh Deus! O que houve?
Expliquei toda a história, apenas tirando a parte da delegacia. Disse que iriamos tomar um sorvete e resolvemos ir a pracinha. Ela ficou desesperada e em questão de minutos chegou ela e Victor no hospital.
Já havia passado natal, ano novo e carnaval e até o aniversário do próprio Christopher. Iria fazer um ano que ele estava em coma. quando tudo aconteceu era dezembro. A família fez um simples bolo e levaram flores para o quarto do mesmo. Assim foi o aniversário de 20 anos de Christopher. Dulce se estava se acabando cada vez mais. A vida não fazia mais sentido para ela, tudo era escondido atrás de um sorriso e as pessoas acreditavam.
No Colégio de Dulce:
— Dul se anima poxa! Não fica assim! Olha que faz tempo que aconteceu! — dizia Anahi tentando reanimar a ruiva.
— Eu concordo com você Annie. Dul levanta essa cabecinha amiga, se anima! — dessa vez, tentou Maite reanimar Dulce.
— Mas é difícil! Eu sei que eu tenho que seguir em sempre, mas ele não acorda! Eu vou fazer 16 anos e cadê de o Christopher acordar? — Dulce soluçou
— Amiga, ele vai acordar. Pode demorar, mas ele vai voltar! Você não pode ficar assim para o resto da vida, depressiva, mal.. — disse Annie mais uma vez
— Eu prometo pra vocês que eu vou tentar! — elas se abraçaram em grupo. — obrigada pela força meninas!
Dulce sabia que não podia ficar assim, ela não era assim. Era uma menina alegre, sorridente, extrovertida..
— Vamos tomar um banho de piscina hoje? Na minha casa?
— Vamos sim! Boa ideia Annie! — disse Dulce limpando as lágrimas
— Vou fazer uma festança! Minha mãe saiu mesmo e eu nem tive festa de 17 anos!
— Minha festa de dezoito anos foi perfeitamente, perfeita. Christian estava lindo, dançou uma valsa comigo, todos nos aplaudiram, vocês estavam lá, meus amigos, meus pais, estava tudo perfeito. Ganhei meu grande e esperado carro. Ai que vida boa.
— Que vida boa Maite, pena que a minha não é assim!
— Aff Annie não diz assim!
— Meus pais são pão duros e estão se separando, eu fico como?
— Ai que dramática Deus! — disse Dulce rindo
— Eu vou chamar vários gatinhos pra você Dul.
— Tudo bem. — Dulce disse convencendo as amigas que estava gostando da ideia, mas no fundo, queria seu gatinho, Christopher.
Poncho chegou por trás abraçando Anahi pela cintura.
— Matando aula mocinhas?
— Tivemos intervalo agora da aula de geometria amor.
— Ah sim.
— Viu Maite? Ele só fala com a Anahi!
— Meu Deus que ciumenta! — Poncho deu um beijo na bochecha de Dulce e outro na de Maite.
— Dul, ele vai acordar e se Deus quiser vai se lembrar de tudo!
Logo elas chegaram na casa de Anahi que estava lotada. Ou até mais que lotada.
— Nossa! Anahi chamou o colégio inteiro?
— Se prepara Dul, você tem que ver como tá lá dentro.
Dulce e Maite sairam do carro e logo entraram dentro da casa. Estava a maior pegação, não tinha ninguém sozinho, muitas bebidas alcoólicas e tocava cada música... A ruiva se agarrou a Maite.
— May eles estão mexendo comigo, parece brincadeira, mas eu estou com medo. — Dul murmurou
— Relaxa, vamos só achar a galera.
Depois de muito procuram elas acharam Poncho com Anahi e Christian.
— Anahi o que você tem na cabeça?
— Tá linda né Dul? Você amou né ?!
— Isso tá muito exagerado!
— Ai ok, todos disseram isso, mas relaxa, se solta.
— Vou tentar.
Anahi deu uma bebida para Dulce, a mesma que estava nervosa tomou tudo de uma vez.
— Meu Deus! O que é isso Anahi?!
— Era pra beber devagar mulher!
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