Eu já estava em choque, mas Maite conseguiu me acalmar, encontrei ela no estacionamento. A mulher que nos ajudou? Ela já tinha sumido, seja quem for, eu já havia agradecido em mente. Era terrível imaginar a pergunta "Quem é você?". Maite estava conseguindo me destrair. Logo depois chegou um médico.
— Infelizmente ele está em coma profundo, não sabemos quanto tempo o senhor Christopher ficará nesse estado. Ele pode ter sequelas.
— Sequelas?
— Perda de mémoria, a mais comum nesses casos.
Engoli em seco, aquilo foi dolorido. Maite percebendo tudo, me chamou para ir a uma cafeteria que tem perto do hospital. Aceitei.
— Então Dul, vai para sua casa mesmo? Ficar no hospital?
— Eu vou ver se arranjo um lugar.
— Ué, você pode ficar na minha casa ou da Annie.
— É, mas vamos resolver isso depois, em falar em Annie, cadê ela?
— Vou ver se mando um sms. Vou lá fazer os pedidos, é um café com creme né?
— Sim. — sorri.
Me sentei na cadeira que tinha do lado de fora da cafeteria. Comecei a pensar em tudo e novamente retornar a chorar. Já estava chegando natal, ano novo, quando ele iria acordar? Tem várias sequelas, a mais comum é a perda da mémoria, será que ele vai continuar o mesmo?
A batida veio muito forte e foi logo na cabeça. Abaixei minha cabeça e limpei as lágrimas. Eu tinha que superar. Logo depois chegou Maite com os cafés.
— Aqui Dul. — ela se sentou na cadeira.
— Olha, eu sei que é difícil, entendo que está doendo, mas tem que superar Dul!
— É, eu sei, eu vou.
— Tem que agradecer que não aconteceu coisa pior. A Anahi ainda não soube de nada, ela está vindo para a cafeteria.
— Ok.
Maite ficou olhando para o nada por um tempo e depois retornou a olhar pra mim já com lágrimas nos olhos.
— Eu entendo, se acontecesse isso com alguém próximo de mim eu ficaria do mesmo jeito.
— May não chora, por favor, vamos ficar duas bobas chorando. — eu ri.
— Essa dor é minha. — ela pegou minhas mãos
— Mas eu te conheço, mais até que você mesma, sou sua melhor amiga e só de te ver sofrer, já sofro!
A abracei. Logo depois ela já estava tomando o café ou até reclamando como de comum e eu rindo dos seus problemas.
Avistei Anahi de longe, ela já chegava com seu sorriso estampado no rosto, com sua alegria. Logo que ela nos ouviu veio correndo. Sorri para ela. Anahi, logo desfez o sorriso, quando viu nossas expressões. Puxou a cadeira e se sentou na cadeira ao lado de Maite.
— O que aconteceu meninas?
— Uma coisa terrível. — Disse Maite
— Percebi e foi pro lado da Dulce né? — Annie disse com uma cara dramática.
Eu engoli em seco mais uma vez e resolvi falar.
— Chris foi atropelado, teve traumatismo craniano, está em coma profundo, pode ter sequelas como perder a memória ou coisa desse tipo.
— Como isso?
— Fui pegar meu anel que tinha caído no meio da rua, não tinha nenhum carro. Eu só me senti jogada para o lado, quando vi Chris já tinha caído e sido atropelado. O bêbado estúpido foi embora.
— Nossa Dul, que barra!
— É.
— Ainda bem que ele está bem. — Annie sorriu.
Do nada começamos a ouviu aquele barulho que os elefantes fazem, olhei para todos os lados, o que um elefante estaria fazendo no meio da rua? Anahi riu e pegou seu celular, era ele. Logo depois eu e May caimos na gargalhada também.
Era bom ficar com elas um pouco, mas minha cabeça em Christopher, será que ele havia acordado? Será que eu seria tão tola a pensar que ele já havia acordado? Eu já não sabia mais o que pensar. Despertei com Anahi apertando minha bochecha.
— Aí! Está louca?
— Desculpe Dul. — Anahi disse já sem graça — é que você não estava respondendo. Tava com a cabeça onde? Pensando no que?
— No.. Nada!
— Esse nada tem um nome e nós sabemos muito bem, ele vai ficar bem Dulce!
— Mas e se..
— Morrer ele não morre.
Eu fiquei olhando incrédula para Anahi, como ela fala aquilo? Soou tão mal!
— Desculpa, eu sei que falei sem pensar, mas não foi por mal. Ele vai continuar o mesmo isso, que eu quis dizer.
— Ok. Tudo bem. May amanhã eu te pago, pode me cobrar eu não estou com nada aqui agora.
— Dul você vai embora por causa de uma besteira dessas?
A ignorei e segui para o hospital.
Já no elevador de lá, retornei a chorar, eu havia sido estúpida com a Anahi!
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