Ele voltou depois de cinco minutos, espraguejando e xingando. Aquela ligação não tinha feito bem a ele e eu apostava todas as minhas fichas que quem estava do outro lado da linha era Belinda.
— Chris. — eu disse me sentando ao seu lado e passando a mão em seu ombro. — O que houve?
— Você houve! — ele virou pra me olhar
Eu me levantei espantada com aquilo! Eu queria o ajudar, conversar com ele e ele faz isso! Ok, eu já conheço a peça, quando Chris está de cabeça quente fala coisas sem pensar!
— Eu não tenho culpa! — disse subindo as escadas pisando forte
Quando está tudo bem sempre tem algo pra atrapalhar! Eu já estou cansada disso! Ele que meça as palavras antes de falar qualquer coisa comigo. Fechei a porta com o pé e fiquei mexendo em meu celular.
— Dul. - ele deu duas batidas na porta — Olha, — pausou — Desculpa eu disse que você houve no bom sentindo!
Abri a porta. E o encarei esperando que ele dissesse algo.
— Você ouviu certo?
— Certo porém eu não tenho culpa de nada e me explica logo tudo!
— Belinda me ligou, disse coisas horríveis sobre mim, você, meu pai, sua mãe.. enfim.
— Aquela vaca acha que é quem? - Peguei meu celular e liguei para a mesma, eu tinha o número.
— Não Dul, por favor não faz nada. — ele puxou o telefone da minha mão
— O que ela disse?
— Não vale a pena repetir. Mas ela não aceita a separação!
— Ai meu Deus! Eu quero apenas paz!
— Vamos ter — ele pegou minhas mãos e me abraçou. O abraço de Chris era tão aconchegante. Nos separamos do abraço e nos olhamos nos olhos por uns dois minutos e meio.
Christopher me beijou, um beijo calmo e apaixonado. Eu entrei de cabeça, eu me perdia em seus olhos de uma maneira tão inexplicável! Mais uma vez o maldito ar nos interrompeu. Ficamos ainda com as testas coladas.
— Desculpa.
— Você não beijou sozinho.
— Você não quer me dar uma chance. — ele disse fazendo bico
— Me prova o que você sente que eu dou bebê.
— Nossa. — rimos — Você hoje mesmo disse que estava muito nova pra ser mãe de alguém velho como eu.
— Você se ofende a toa Chris! — eu ri
Ele desceu e eu continuei mexendo no celular sorrindo que nem uma boba.
— Filha como está tudo aí?
— Bem e como estão aí?
— Bem também.
— Estou preocupada com você e Chris sozinhos aí.
— Preocupada?
— É como deixar um bebê com uma criança. — eu ri
— Nossa mãe! Nada demais!
— Ah e o que fazem pra comer?
— O que tiver a gente come.
— Oh Deus! — eu ri mais ainda
Ficamos conversando por um bom tempo, é bom ouvir a voz da minha mãe. Desci para beber a água e ver o jogo de futebol que iria passar hoje, eu torço pra esse time.
— Chistopher tira desse filme, eu quero ver o jogo!-disse Dul
— Não Dul!-disse Chris
— Sim!-disse Dul
— Hoje o time que eu torço não vai jogar.-disse Chris
— Problema! Mas o que eu torço vai!-Dul
— Como te entender doidinha!-disse Chris
— Doidinha?-disse Dul
— Aonde uma adolescente de 15 anos vai gostar de futebol?-disse Chris
— Viu?! Você não me conhece. -disse Dul
— Ok, vamos assistir!-disse Chris
Ele mudou de canal e ficamos assistindo.
— Dulce vamos fazer uma aposta? -disse Chris
— Vamos.-disse Dul
— Eu aposto dez reais que seu time vai perder.-disse Chris
— Feito. — apertamos as mãos — mas ta muito pouco, eu vou ganhar eu quero mais.-disse Dul
— Vou ganhar dinheiro — ele disse rindo — Quanto.
— Cinquenta?-disse Dul
— Olha hein, tem 50 reais?-disse Chris
— Eu não, mas você tem.-disse Dul
Resultado, cinquenta reais pra mim. Chris errou na aposta e eu fiquei com pena dele, sei lá.
— Toma Dul. — ele me deu o dinheiro
— Não, toma. — eu devolvi
— Mas eu perdi.-disse Chris
— Fica só entre nós. — ele riu — é aposta de irmãos é tudo brincadeira.
Pisquei o olho e subi. Eu estava enjoada não iria comer nada. Me cobri e só me lembro de ter fechados os olhos. Eu dormi rápido.
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