quinta-feira, 1 de maio de 2014

Capítulo 5- Vondy '' Tu Amor''

"Não dava para resistir, era tão bom beijá-lo. Só nós dois, eu e ele, ele e eu, sinceramente? Não há nada melhor. Era como uma necessidade, é como se ele ascendesse o fogo que há em mim e por nada, nada, nada, conseguia apagá-lo. Eu precisava dele, parecia que ele era meu chão." -Roberta Pardo

NARRADOR:

Eles ficaram conversando até 22 horas, quando Roberta decidiu voltar para escola:

–Você não acha melhor nós voltarmos para escola, Diego?

–Sim, mas saiba que é longe daqui, por isso viemos de van.

–Verdade... Então vamos entrar e dançar um pouco?

–Vamos.

Entrando na boate, todos os olhares se viram para eles e Mia grita junto com Miguel:

–Aêee, finalmente!

POV ROBERTA:

Por que finalmente? A gente não ficou! Pelo menos dessa vez... Mia deve estar bêbada. Melhor dar um corte nisso, fui até ela e falei:

–Mia, que finalmente o quê?! Não ficamos.

–Por que não? Quer uma forcinha?

–Não quero nenhuma forcinha não, eu não quero ficar com ele.

–Eu sei que quer...

–Não, não quero.

–Tem certeza?

–Ah... -Fiquei pensativa, mas Mia já sabia que eu estava gostando dele então me entreguei. -Talvez quero, mas não quero ajudas, deixa acontecer naturalmente.

Não sou do tipo de garota que acredita em amor para sempre, pra mim o pra sempre acaba uma vez, nada é para sempre. Mas eu acredito em amor duradouro, se há amor, confiança e fidelidade, um amor "sempre" será duradouro.

POV DIEGO:

Assim que eu e Roberta entramos na boate todos olharam para nós, parecíamos aqueles casais unidos e que todos queriam juntos. Parecia que Roberta era uma namorada perfeita e eu o namorado perfeito que se combinam. Bom, até que não é uma má ideia.

Ela foi até Mia e eu fiquei procurando Tomás, que devia estar muito bêbado.

Achei ele, e não é que eu tinha razão?!

–Fala aí, Diego!

–Qual foi, Tomás, já pegou quantas?

–Umas 6 e você?

–Ainda nenhuma.

–Como assim? E a Roberta? Você não estava com ela lá fora?

–Sim, mas é que... que sabe né... a Roberta ela... ela é muito difícil, vai demorar um pouco pra eu pegar ela.

O Tomás não podia saber que eu estava apenas conversando com ela, mas era o que eu queria, apenas conversar. Conhecê-la melhor e saber um pouco mais sobre ela, quem era realmente Roberta Pardo. Se eu falar pro Tomás que eu estava só conversando ele vai me chamar de romântico e em milésimos de segundos a notícia vai se espalhar pela escola toda. Eu não quero isso.

Enquanto eu pensava nisso, Tomás pegou uma bebida pra mim.

–Tá forte do jeito que você gosta.

–Eu não queria beber hoje...

–Ah qual é... Tá fraco hoje? Tá fraquinho neném?

Tomás me chamando de fraco? Quem era o que mais bebia nas festas? Quem era o que mais saía bêbado? Cadê o Diego de antes? Eu não podia ser chamado de fraco ainda por cima pelo Tomás, então eu virei o copo inteiro, bebi tudinho e quando acabei bati o copo na mesa.

–Garçom, mais uma rodada.

E assim foi, rodadas e mais rodadas, teve até uma que eu falei já muito bêbado.

–Trás mais uma rodada, mas sem ser minha ex.

Me referindo a Vick. Fui bebendo, bebendo, alterando bebidas, e quando foi 22:58h (lembro da hora porque ouvi uma gatinha falando), Tomás falou que ia ao banheiro. Mas quando foi 23:05h, ele ainda não havia voltado. "Merda!" pensei.

Pedi uma garrafa inteira pro garçom e paguei com o dinheiro que papai tinha me dado. E fui andando com uma garrafa e um copo na mão procurando por Tomás.

POV ROBERTA:

A van já estava nos esperando, mas ela não podia esperar mais. Já eram 23:05h e nada do Diego aparecer. Todos já sabiam do horário que a van ia buscar, por isso a turma toda já estava lá fora até o Tomás amigo dele, exceto eu, que decidi procurar por Diego. A boate não era muito grande, então não seria tão difícil acha-lo, mas estava muito cheia, não queria nem saber, só queria achar Diego, vai que ele estava fazendo alguma besteira.

Procurei no banheiro masculino, sim, eu entrei no banheiro masculino. Estamos numa boate e qualquer coisa só falar que estava bêbada e entrou por engano, mas ainda bem que ninguém falou absolutamente nada.

Procurei no banheiro feminino, vai que ele estava lá ué, poderia estar bêbado, e eu não duvidava nada. Mas foi sem sucesso, continuei a procurá-lo pela boate.

"Não tem jeito! Desisto." pensei, e quando ia passar pela porta da boate, senti uma mão me puxando, olhei para trás e era um maluco que havia na boate, mas sei lá, eu conhecia aquele maluco. Fiquei olhando para cara dele com uma interrogação, e acho que ele percebeu.

–Você não está lembrada de mim, né?

–Não mesmo!

–Sou Julio, fui seu namorado na quinta série.

–Ah, eu lembro! Desculpa, mas eu tenho que ir, conversamos outro dia. -Eu disse indo sair de novo, mas ele puxou de novo.

–Pode pelo menos me dar seu número de telefone?

Se eu desse meu número de telefone ele ia ficar me perturbando todo dia, creio eu. Numa boate ele me reconheceu e me puxou, imagina no telefone, não não!

–Desculpa, mas eu tenho que ir.

–Por favor, só seu número.

–Não, com licença.

Ele não queria largar meu braço, ele me apertava cada vez mais e estava começando a ficar dolorido.

–Ruiva, me dá seu telefone.

Foi quando veio alguém que não consegui decifrar quem era, veio muito rápido e deu um soco em Julio.

–Não chama ela de ruiva, seu estúpido. -Era Diego.

Com o impacto Julio caiu, Julio sempre foi de briga, por qualquer motivo. Pelo visto, Diego também. Diego era tão magrinho em comparação a Julio que a única coisa que eu pude fazer, foi falar:

–Diego, corre.

Mas foi tarde demais, Julio deu uma rasteira em Diego que o fez cair e começou a dar socos aparentemente fracos em Diego.

–Solta ele, solta ele! -Eu gritava em vão.

Uma multidão começava a se formar até que os seguranças vieram e separaram a briga.

–Se continuarem vou retirar os dois.

Eu disse:

–Não precisa, eu e ele já estamos indo.

–Você me paga. -Disse Diego com a mão apontada para Julio.

NARRADOR:

A van já havia ido embora, e Roberta e Diego chamaram um táxi. Ele estava sangrando no nariz e perto da sobrancelha, mas ela avisou:

–Quando chegarmos no colégio eu cuido de você. Tá doendo?

–Um pouco...

–Tá sangrando muito. Motorista, você tem tesoura?

–Só tenho esse canivete que esqueceram aqui.

–Serve.

Roberta pegou o canivete e cortou uma parte de seu vestido.

–Roberta, não precisa.

–Shiu! -Roberta disse para calar a boca de Diego.

Ela começou a passar com delicadeza sobre o nariz e sobrancelha de Diego. Mais uns 20 minutos e eles já estavam no colégio.

–Obrigada taxista.

Eles foram para o quarto de Diego, que era o mais perto.

–Tem algum kit de socorros aqui?

–Acho que tem, vê aí.

Roberta procurou um pouquinho e logo achou.

POV DIEGO:

Estava doendo muuuuuuuuuito, mas disse para Roberta que era pouco, creio que ela não acreditou. Ela foi cuidando com todo cuidado do mundo, parecia que tinha prática com isso.

–Você tem... Ai... Muita prática... Ai ai! -Disse enquanto gemia de dor.

–Acredita que é a primeira vez que faço isso?

–Não, não acredito.

–Agora vou botar um pó que vai arder um pouquinho.

POV ROBERTA:

Aquele pó era muito forte, ardia até em pele normal, imagina na pele machucada.

–Vai arder pra caraca! -Avisei, não custava nada avisar.

–Ai não, Roberta...

–Já sei!

Peguei um pouco do pó e coloquei na ponta dos dedos, e quando fui aplicar na ferida da sobrancelha, tasquei um beijo nele enquanto aplicava, talvez diminuísse a dor.

POV DIEGO:

Outro beijo, que maravilha! Tudo ocorrendo bem entre a gente. Na ferida do nariz foi a mesma coisa, mesmo sem posição ela arrumou um jeito de me beijar para amenizar a dor.

–Se toda vez que eu me machucar for cuidado assim, quero me machucar toda hora.

–Hahahaha, bobinho!

Ela colocou um band-aid e pronto.

–Amanhã não vai doer mais. Vou para o meu quarto, guarda o kit e vai dormir.

Ela se dirigia a porta, mas não dava para aguentar, eu precisava beijá-la, era uma necessidade. Então, puxei ela e ficamos cara a cara, frente a frente, só eu e ela (Tomás também, mas esse corno já havia até dormido), mas no nosso mundo, era só eu e ela.

–Eu te amo. -Foi a única coisa que consegui falar, talvez precipitado, estava muito cedo para isso.

Então beijei-a com todo romantismo, como nunca havíamos nos beijado antes, foi uma sensação maravilhosa. Quando acabamos, ficamos nos olhando e pelo olhar dela ela tinha gostado, porém ela se afastou e disse:

–Vamos dormir, amanhã temos aula.

–Verdade... É... Boa noite.

–Boa noite.

Ela caminhou até a porta e abriu, me olhou e eu não conseguia tirar os olhos dela.

–Boa noite. -Ela disse repetidamente.

–Boa noite. -Retribuí.

Então ela saiu e fechou a porta. Passou uns 10 segundos e ela voltou, correndo para mim, e me beijou.

POV ROBERTA:

Não dava para resistir, era tão bom beijá-lo. Só nós dois, eu e ele, ele e eu, sinceramente? Não há nada melhor. Era como uma necessidade, é como se ele ascendesse o fogo que há em mim e por nada, nada, nada, conseguia apagá-lo. Eu precisava dele, parecia que ele era meu chão.

Não sei porque, mas nós estávamos nos dando tão bem.

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